5 dias sozinha (e dura!) em Jericoacoara

Há alguns anos eu andava meio deprê, precisando dar umas voltar para espairecer. Um primo me ouviu dizendo que queria ir pra Cancún, ele disse que eu deveria ir é pra Jericoacoara (Jeri o que? Foi a primeira vez que ouvi falar), que devia ser tão linda quanto as praias mexicanas… aí me contou que esteve lá por 3 dias e se apaixonou novamente pela esposa durante a viagem… nossa, isso foi forte, me impressionou muito e passei a querer conhecer “Jeri-o-que” de qualquer jeito!

Algum tempo depois achei promoção de passagem aérea para Fortaleza, então, sem sombra de dúvida, decidi que iria mesmo que ninguém pudesse viajar comigo.

Pesquisei por várias dicas na internet: como chegar, onde comer, onde se hospedar, o que fazer, etc… o problema é que fui com pouquíssima grana, então não fiz tudo que tinha direito, mesmo assim foram dias muito bons, de muita paz e reflexão naquele lugar maravilhoso! Pretendo voltar pra lá, mas na próxima vez irei super bem acompanhada!

CHEGADA – susto e cansaço

Jardineira

Eu tinha a ideia de que quando chegasse em Jeri, guias turísticos uniformizados (de amarelo) iriam nos recepcionar oferecendo seus serviços e eu iria pedir para algum deles me conduzir ao meu hostel (esse é o momento em que deveria aparecer na sua tela aqueles videozinhos de gente chorando de tanto rir), pois é… só que não!

Cheguei na cidadezinha por volta de 1:00 h da manhã, desci já meio tonta daquela jardineira, peguei minha mala e então surgiu na minha frente um SER descalço e sem camisa, tomou minha mala nos braços e informou que ia me levar dali, eu quase tive um treco de susto, o cara falava muito rápido, parecia alcoolizado e comecei a falar que não, não e não precisava, tomei a bolsa de volta e saí dali rapidinho, andei alguns metros, até um aglomerado de gente que estava na rua (descobri que ali funcionava o tal forró que eu queria ir toda noite), comecei a perguntar pra todo mundo se sabiam onde ficava o hostel, e todos balançavam a cabeça negativamente (seriam gringos?), eu estava ficando atordoada, devia ser o cansaço pegando, aí apareceu outro rapaz com uma cerveja na mão e disse que ia me levar e pra não ligar para o outro cara (que tomou minha bolsa primeiro), que era maluco.

Não tive escolha e segui o moço por umas ruelas desertas, ele disse que eu não precisava ter medo porque lá era muito seguro, eu estava toda desconfiada. Andamos uns 500 metros até chegar no hostel e só aí fiquei aliviada, puxei uma nota de 5 reais pra “agradecer” o moço mas ele pediu 10… ai ai.

Fiz o check in, paguei adiantado e fui para o quarto (torcendo para estar desocupado), quando entrei só vi calcinhas, roupas e cremes espalhadas pelo quarto todo… mas as minhas impressões sobre a hospedagem eu conto no post.

ESTADIA – novas amizades, pouco $ e muitas caminhadas

Durante os cinco dias que passei em Jeri fiz algumas amizades e passeios com minhas colegas de quarto argentinas e com dois estudantes franceses.

Minha ideia de sair toda noite pro forró foi por água a baixo, à noite eu dava umas voltas pela ilha e depois voltava pro hostel, deitava na rede e lia um livro (pois é, tentei mas não faço o estilo baladeira).

Foi chato não ter feito mais passeios, mas a grana estava curta, então praticamente não gastei nada na cidade, só gastei pra me alimentar mesmo. Queria ter feito passeio de buggy ou quadrículo, mas os gringos que conheci também não queriam por a mão no bolso nem pra dividir um passeio risos.

Refeições

O hostel tinha café da manhã incluído, durante o resto do dia eu beliscava algo comprado no mercado. Nos últimos dois dias comi marmita que comprei num restaurante baratinho e pertinho do centro (soube que fechou), saiu bem barato e, e soubesse antes, teria comido lá todos os dias.

Não deixei de provar pelo menos uma vez o sorvete artesanal da sorveteria Gelato & Grano (delícia!), e também o crepe da Creperia Naturalmente.

Aí vai um RESUMO DOS DIAS, lembrando que fiquei hospedada muito perto da praia e lá é muito pequeno, dá pra ir e voltar várias vezes por dia (caminhei muito, adoro!). Apreciei em quase todas as tardes o sol se pondo na “duna do pôr do sol”, que tem uma visão incrível desse espetáculo da natureza!! E também adorei subir e descer a duna caminhando. Como amo muito o céu, durante as noites, também aproveitei para observar as estrelas naquele céu lindo e sem poluição visual.

Primeiro dia

Fui à praia com minhas colegas de quarto argentinas durante o dia e a noite passeamos pelo centrinho.

Segundo dia

Fui sozinha para a Lagoa do Paraíso (fui naquelas caminhonetes D20, que vão cheias de gente, cada um paga o seu lugar). A lagoa não estava tão linda quanto nas fotos que costumamos ver porque era tempo de poucas chuvas, então as águas estavam baixas e escuras. À noite dei mais umas voltas com as argentininhas.

Terceiro dia

Fui com os estudantes franceses para a trilha da Pedra Furada, eu queria pagar pra ir com um guia mas eles falaram (com sotaque) “por que pagar, não precisa pagar”. Eles entendiam de economia! No caminho passamos pela praia da Malhada. À noite ficamos no hostel tomando caipirinha.

Quarto dia

No penúltimo dia ofereci um ensaio fotográfico para uma família de lá, que era composta por uma linda garotinha de 2 anos e os pais. Apesar de ser uma fotógrafa bem amadora adorei as fotos (como não tirar fotos lindas naquele paraíso?!). Fotografamos pertinho da duna do pôr do sol. No fim da tarde fui para a praia principal ver o pessoal brincando nas pranchas alugadas (parecia muito divertido, eu devia ter alugado uma também).

Quinto dia

De manhã dei uma última volta pela praia, almocei o resto da minha marmita, fiz o check-out, tomei um sorvete no centrinho e fui embora umas 17 horas.

Dicas atualizadas

Como ainda tenho meus contatos por lá seguem algumas dicas pra comer bem e se divertir gastando pouco porque, segundo minha “modelo” (aquela que fotografei), Jeri está mais do que nunca para todos os bolsos!

Na Rua São Francisco há vários restaurantes, com pratos feitos que vão de R$ 10,00 a R$ 30,00. À noite na mesma rua ficam várias barracas de comidinhas como yakisoba, pastel, tapioca e outras guloseimas.

A opção mais econômica para acessar as atrações mais conhecidas continua sendo ir nas camionetes D20, que atualmente cobram (por pessoa) R$ 25 para ir e mais R$ 25 para voltar. Também dá para ir de buggy e quadriculo (opções mais caras).

O forró (mais antigo) continua no restaurante Dona Amélia, mas há ainda os espaços Serra Mar, Solar da Malhada e Maloca, que têm festas variadas entre forró, samba e reggae em alguns dias da semana.

Existe um aplicativo chamando Live Jeri, que é atualizado com as festas, restaurantes, hotéis e pousadas, é uma espécie de guia de Jericoacoara.

jardineira que leva à Jeri (aquele ônibus sem portas, que por si só já é uma aventura) está custando R$ 25 por pessoa. Não há horário fixo para sair, quando ela está cheia o motorista parte. Para quem tem pressa dá para sair antes que a jardineira fique lotada, pagando em média R$ 100 (melhor esperar).

É isso, espero em breve ter mais um relato sobre Jeri, porque ainda volto para lá, agora com Thiago e minhas pequenas!!!

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