Se o paraíso existe, e tiver praia, certamente deve se parecer com as Calanques do sul da França! Nesse post vamos falar sobre nossa experiência em uma delas: a maravilhosa Calanque de Morgiou!
Esse lugar inesquecível fica dentro do Parque Nacional das Calanques, abrangendo as cidades de Marselha, Cassis e Ciotat, o qual se tornou um local de preservação há poucos anos (desde 2012), devido à poluição e o excesso de visitantes. Lá existem mais de 10 Calanques (cada uma com sua praia), que se estendem por cerca de 20 km à beira do mar.
Mas afinal o que são as Calanques?
São terrenos acidentados, parecidos com penhascos ou cânions, que ficam à beira do mar mediterrâneo com suas águas cristalinas e azuis, são lugares paradisíacos!
Como chegar no Parque Nacional das Calanques
É possível chegar ao parque por terra ou pelo mar, tanto vindo da cidade de Marselha como da cidade de Cassis. Para ir de barco é possível encontrar diversas empresas que oferecem os mais variados tipos de passeios, sendo o valor do ingresso mais barato em torno de 30 euros.
Como chegar na Calanque de Morgiou
De carro, à partir do estacionamento de Morgiou, que fica no distrito chamado Baumettes;
Por trilhas, com duração aproximada de 1 hora, e partem do estacionamento ou do Campus universitário de Luminy (localizado dentro do Parque das Calanques);
De barco, como já dissemos, há diversas empresas que partem tanto de Cassis quanto de Marselha.
Um pouco mais sobre a história da Calanque de Morgiou
Localizado entre as Calanques de Sormiou e Sugiton, é certamente uma das Calanques menos conhecidos, muito menos visitada que as famosas d’En Vau, Port-Miou ou Port-Pin (creio que esse fato se deve porque sua vila é muito pequena), mas nem por isso deixa a desejar em beleza.
Já foi famosa pela gigantesca pesca de atum organizada em 1622, quando o rei Luís XIII visitou Marselha. Ainda abriga pequenas cabanas de pesca, mas hoje em dia está mais voltada ao turismo, e apenas quarenta pessoas vivem o ano todo em Morgiou.
Nas proximidades se encontra a famosa caverna Cosquer, com pinturas rupestres pré-históricas, mas, infelizmente, por razões de segurança, o acesso à caverna foi bloqueado. No porto é possível observar os degraus de pedra que foram cortados para a chegada do rei Luís XIII.
Como foi nosso passeio
Fomos meio “na louca ?”, sem pesquisar previamente por dicas e afins, mas deu tudo certo! Antes de ir fizemos uma visita à Catedral de Notre Dame, em Marselha, então nosso tempo estava meio curto, mas como nas viagens não podemos perder nenhuma oportunidade, lá fomos nós!
Com a “ajudinha” do GPS chegamos no distrito de Baumettes, onde deixaríamos o carro no estacionamento indicado (que fica próximo ao inicio da trilha para a Calanque), mas ficamos meio confusos ao chegar lá (já que não tínhamos pesquisado direito antes), e como vimos que a rua não estava interditada nem algo assim, resolvemos arriscar ir de carro. Existe asfalto em boa parte do caminho, mas a rua é muito estreita, e por várias vezes nos deparamos com carros subindo e era bem complicado passar por eles. Fomos no mês de outubro, então na alta temporada deve ser quase impossível trafegar, e atualmente existe controle no início da estrada, por isso aconselhamos a fazer a trilha, principalmente se for nos meses de verão.
Após a bela descida (o caminho é muito lindo!), chegamos na pequena vila, já sendo possível avistar o porto (aliás, no local, existem mais barcos ancorados do que casas construídas), estacionamos o carro e seguimos para a primeira e pequena praia da Calanque de Morgiou, com direito a areia e tudo (quase todas as praias das Calanques são de pedrinhas). A água estava fria, mas, claro, que o Thiago encarou (e adorou). Havia bastante gente no local e apesar de ser uma praia pequena, deu para ficar à vontade. Depois fomos caminhar por cima das falésias, vimos o mar lá do alto, a paisagem é inesquecível: rochas quase brancas e mar incrivelmente azul, cena de filme mesmo! E, como sempre, achamos legal ver todos os tipos de visitantes, desde pessoas sozinhas curtindo a paisagem até famílias com bebês muito pequenos.
Depois de cerca de duas horas de passeio voltamos à pequena vila e, já que nada é perfeito e como sempre digo (pelas experiências que passei), os franceses não gostam muito de fornecer nem banheiro e nem wi fi, porque fomos no único restaurante que lá existe, pedi uma bebida e perguntei se poderia ir ao banheiro mas não permitiram, me disseram para ir no banheiro químico que havia lá perto (único do local), que, por sinal, estava com a porta aberta e era quase impossível entrar “naquilo” (estava uma coisa FEIA mesmo!?), então o jeito foi segurar ??
Fora esse pequeno detalhe o passeio foi sensacional do início ao fim, e não vemos a hora de voltar!
Dicas para quem vai fazer as trilhas:
- Esteja atento e não saia fora do caminho indicado. Para saber o caminho certo, existem pequenas faixas coloridas espalhadas pelo caminho, então se estiver caminhando há muito tempo sem ver a marcação é melhor voltar e procurar a última indicação da trilha;
- Use calçados confortáveis (preferência tênis), pois há muitas pedrinhas soltas no caminho;
- Use óculos de sol e protetor solar;
- Leve água e lanche, pois lá só há um pequeno restaurante (achei péssimo o atendimento).
- Leve apenas o necessário (peso extra, ninguém merece).
Se tiver dúvidas ou sugestões, conta pra gente!