Que ficar em hostel é bom pro nosso bolso todo mundo sabe, já quem prioriza conforto e privacidade pode torcer o nariz, mas vamos concordar que quem se hospeda dessa maneira econômica tem muito mais histórias pra contar… vamos compartilhar algumas dessas histórias.
Susto de principiante
Na primeira vez em Hotel, em Jericoacoara, fiquei por cinco noites. Nas duas primeiras dividi o quarto com quatro argentininhas, já na terceira noite levei um susto quando estava indo para o quarto e avistei um homem lá (nem sabia que existia isso de quarto misto). Depois vi que tinha uma mulher com ele e nem chegamos a conversar, eles foram embora de madrugada. Confesso que, pelo menos naquela época, não dormiria no quarto se o rapaz estivesse sozinho…
Gafe intercultural
Ainda em Jeri, conheci dois estudantes franceses e fizemos alguns passeios juntos. Eu, muito curiosa e sem noção, perguntei pra eles se era verdade que na França não gostavam de tomar banho (sim, eu perguntei isso ?). Um deles ficou bem desconsertado e respondeu “mas, mas, mas nós temos ducha”. Fiquei bem sem graça, tentando reverter a situação… mas devo ter perguntado porque a gente chegava cansado dos passeios, eu ia direto pro chuveiro e eles direito pra rede descansar (nenhuma vez reparei um “pós banho”), além disso um deles contou que estava há 30 dias viajando pelo Brasil e usando a mesma bermuda (não ia comprar outra porque estava muito cara), então acho que tive motivos pra perguntar né? ?
Engraçadas
Em Málaga ficamos num quarto com dois franceses. Antes da viagem instalei um aplicativo pra aprender algumas palavrinhas em francês, como cores, números etc… não aprendi nada mas decorei algumas coisas. Um dos moços perguntou se eu falava francês e fiz a esperteza de responder (em francês) “algumas palavras”… o cara começou a contar histórias, falar e falar sem parar e eu só fiquei sorrindo e balançando a cabeça. Até hoje me pergunto… o que foi que ele disse?
Mal cheirosas
Na nossa segunda vez em Barcelona reservamos 3 diárias num hostel. Nas duas primeiras noites esteve no quarto um rapaz que não trocou nenhuma palavra com a gente, chegava muito apressado, bem como saía quase correndo (apelidei ele de “ o Ofegante”). Já na terceira noite… apareceu um senhor espanhol gordinho muito simpático e falante.
O problema é que ele não devia tomar banho há muitossss dias… pois é, ele cheirava muito mal, mas muito mesmo ?, até jogamos umas indiretas sobre o chuveiro do hostel mas ele disse que só tomava banho em hotel porque hotel dava toalhas (???).
Por causa dele resolvemos sair na última noite (não dava pra ficar lá, nós abríamos a janela e ele fechava com frio), chegamos de madrugada e Thiago se recusou a ir pro quarto, eu fui mas não teve jeito, tive ânsia de vômito na hora que abri aquele quartinho fechado, o cheiro estava muito pior. Pedi outro quarto na recepção, mas não havia. Resultado: tivemos uma noite bem difícil no sofá da sala de jogos do hostel (ainda bem que tinha um sofá, pelo menos).
No dia seguinte saímos antes do horário. O senhor simpático pediu nosso endereço no Brasil, disse que algum dia poderia aparecer para uma visita. ?
Chatas
Em Valência, na Espanha, ficamos num quarto com umas 15 camas. A porta não ficava aberta, para entrar cada um ganhava sua chave. Lá pelas altas horas da madrugada comecei a sonhar com um barulho alto, era uma batida forte em algum lugar, durou um tempão. Pois não é que a batida era de verdade, e no quarto cheio de mochileiros cansados ninguém queria levantar pra abrir (ou ninguém conseguia acordar). Então lá fui eu, cambaleando de sono abrir a bendita porta. Entrou um adolescente, sei lá da onde já que nem obrigado falou, nem thanks, nem gracias, nem nada, foi direto pra cama. Mal educado!
Deliciosas
Nós amamos muito champignons, aqui no Brasil só comemos de vez em quando, mas pela Europa matamos a vontade (afinal, chega a custar 0,50 €). Em Málaga, assim como em todos os lugares, o Thiago cozinhou. O bom de hostels é que os viajantes sempre deixam coisas que os próximos podem usar, aí para cozinhar quase nunca precisamos nos preocupar em comprar azeite ou açúcar, por exemplo. E não é que achamos um tesouro no armário, um potinho cheio de AÇAFRÃO – simplesmente o tempero mais caro do mundo (um quilo do ingrediente chega a custar incríveis 70 mil reais!!!).
Só sei que foi o melhor risoto que comi na vida. Tive até medo de ficar com desejo de comer de novo quando estava grávida porque já tentamos reproduzir o prato por aqui, pagando caro em 0,04 gramas do tempero, mas não saiu igual. Jamais vou esquecer daquele risoto delicioso, que, se fosse pra pagar, custaria mais caro que nossas duas diárias. ?